quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O que poderá acontecer?

Oláres! Teorias revelam que em 2012 distúrbios nos campos magnéticos do sol afetarão a polaridade de todo o nosso planeta. O campo magnético terrestre se inverterá imediatamente, gerando consequências catastróficas para a humanidade. Violentos terremotos devastarão os centros urbanos, somados aos tsunamis e erupções vulcânicas. A crosta terrestre deslizará, arremessando os continentes.

Que notícia fatídica kkkkk, acabou com minhas expectativas de visitar Juazeiro no próximo ano. Nunca pensei na possibilidade de conhecer “Meu Padim Ciço” pessoalmente kkkkk, isso não estava no roteiro. A crosta terrestre deslizará?... arremessando os continentes? kkkkkkk Apocalipse bungee jump, que triste fim!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal

Oláres! Natal é tempo de esperança, momento de celebrar o nascimento de Jesus. Noite festiva para nós cristãos, onde aguardamos ansiosos pela nova vinda do Cristo Salvador. Façamos de nossa vida uma extensão desse momento tão especial. Um Feliz Natal para todos!

Ontem foi dia de comemoração, os pioneiros do ensino de referência (EREM Dr. Mota Silveira) celebraram essa grande conquista com muita alegria, requinte e elegância.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Artigo parte 4

Legado Devocional

O trajeto missionário do frade foi marcado por um incansável projeto de disseminação religiosa, onde trabalhou incessantemente pela salvação e solidificação religiosa dos fiéis. De fato Frei Damião marcou Bom Jardim com sua oratória peculiar que atraia peregrinos de toda região. Muitos observavam atentamente seus gestos, mesmo às vezes sem compreendê-los depositavam nele suas esperanças.

A ação missionária despertou diversas manifestações de agradecimento, em especial, se destaca os presentes votivos, uma representação (de barro, madeira ou cera) das partes do corpo afetadas por moléstias (cabeça, perna, mão, coração etc.).

Em Bom Jardim (especificamente na igreja matriz) ainda podemos encontrar alguns desses votos de agradecimento. São representações anatômicas cuidadosamente talhadas em madeira que remetem ao local restabelecido pela ação da fé. É bastante comum presenciar essa tradição, os chamados ex-votos são amplamente realizados até hoje nas peregrinações religiosas existentes tanto no nordeste como em todo Brasil.

A benevolência dos missionários capuchinhos foi essencial no favorecimento desse tipo de tradição entre os bonjardinenses, que utilizava desses objetos como forma de gratidão pela cura alcançada. O estímulo dado pelos franciscanos impulsionou a devoção popular, que voltou sua espiritualidade para os possíveis milagres que se encontram além de nosso pleno entendimento, determinando possibilidades de realização.

Além disso, no ensejo das missões Frei Damião lançou a pedra fundamental para a construção da capela de São João Batista (Vila Noelândia). Um momento forte que reuniu grande parte da população na esperança de ali se edificar mais um templo religioso. “A capela que será construída na Vila Noelândia em Bom Jardim, atrairá graças e bênçãos de Deus sobre os habitantes dessa vila e da cidade inteira.” (Frei Damião de Bozzano, 1972)

Incontestavelmente que Frei Damião foi um dos gigantes missionários, cuja memória continua presente na cultura popular bonjardinense, profundamente marcada pelo revigoramento da fé e a valorização da conduta religiosa.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Artigo parte 3

O Regresso das Missões

Já no século XX, encontramos outro grande missionário italiano que carismaticamente conquistaria multidões de fiéis por todo nordeste brasileiro. Trata-se de Frei Damião de Bozzano, vindo para o convento da Penha em 1931, Recife, onde iniciaria um incansável trabalho missionário. O exímio pregador se tornaria venerado em inúmeras peregrinações onde destacava a importância da luta contra tudo aquilo que afastasse os fiéis da igreja.

O frade capuchinho revigoraria o sentimento religioso disseminado pelos seus primeiros irmãos de ordem que em Bom Jardim estiveram de 1874 a 1876, sempre acompanhado pelo seu devotado amigo Frei Fernando, juntos alcançaram um grande prestígio e admiração de toda população. A figura de Frei Damião representava para a mentalidade popular a solução permanente das enfermidades e o auxílio aos mais necessitados. Esses fatores contribuíam para as mais diversas reações, multidões se deslocavam de suas respectivas localidades para contemplá-lo, junto aos bonjardinenses aglomerados nas estreitas vielas da cidade. O cotidiano se transforma novamente, inerente ao embalo das regressas missões.

“De um a oito de maio de mil novecentos e setenta e dois, a Paróquia de Sant’Ana de Bom Jardim recebeu com grande júbilo e grande honra em sua sede, o grande e virtuoso missionário do nordeste brasileiro, Frei Damião. Foi o maior acontecimento na história sócio-religiosa de Bom Jardim. Nunca se viu tanta gente e tanto movimento. Veio gente de Paulo Afonso, de Caruaru, de Recife, até de São Paulo, sem contar representantes das paróquias vizinhas. Bom Jardim nunca tinha presenciado igual espetáculo nos anais de sua história. A chegada de Frei Damião, vindo de João Alfredo, foi uma apoteose. Uns duzentos carros acompanhavam o missionário do ponto de partida até a cidade de Bom Jardim. Impressionante foi a benção dos carros, a cidade não comportou nas ruas e nas praças o número de carros. Foram contados 626 automóveis. O povo delirou de entusiasmo até às lagrimas, como também na benção no dia do encerramento. Comungaram mais de 10.000 pessoas. Só Frei Damião pode arrastar tanta gente.” (LIVRO DE TOMBO)

Para compreender melhor estas reações populares, o sentido que resultava em tamanha admiração é que, Frei Damião, se tornaria o novo substrato religioso devido à morte do Padre Cícero Romão Batista, o até então “messias” do povo nordestino. O fato é que o capuchinho italiano seria o sucessor das providências, capaz de realizar milagres e proclamar conselhos durante suas peregrinações.

Gigantescas manifestações populares acompanhavam seus trajetos, alegando está diante de um legitimo santo, que cativava e prezava pela conduta social baseada na fé. Sua marca registrada era a proximidade com o povo, isso fez de suas missões verdadeiros atos festivos, que modificavam o cotidiano social. O povo se trajava especialmente para a ocasião, pequenos comércios eram revitalizados, ambulantes que comercializavam artigos religiosos eram atraídos visando lucrar com a ocasião, tudo aquilo que ainda se perpetua nas tradicionais festividades religiosas dos municípios interioranos.

As missões capuchinhas também eram algo que proporcionava evidentes ganhos espirituais e materiais para a população, os milagres eram fatos constatados pelas testemunhas que presenciavam fervorosamente suas visitas pastorais. Na perspectiva antropológica as manifestações humanas decorrentes dos atos religiosos visam à transcendência, que transpõe o aparente, encontrando soluções pelo simples ato da convicção do crer. E esse sentido tem sido cada vez mais dissoluto com o avanço da modernidade racionalista.

O caráter “transcendente” foi algo vivenciado nas missões de Frei Damião em Bom Jardim, o princípio da fé conduzia um grande número de fiéis até o religioso, atraídos pela sua fama de operar milagres físicos e até no domínio de fenômenos naturais. O padre e sociólogo Francisco de Assis Magalhães Rocha descreve um milagre de caráter natural ocorrido no município, partindo do depoimento de um agricultor que testemunhou o fato.

“No momento em que a multidão se dirigia à estação para se despedir do frade, houve ventos e chuvas muito fortes. Na ocasião, o capuchinho teria recomendado em alta voz que ninguém saísse para não se molhar e adoecer. Então teria feito um gesto com as mãos, para que o vento e a chuva mudassem de rota.”

Muitos cidadãos atribuem milagres inexplicáveis ao missionário, inclusive a cura de uma mulher que aparentemente padecia de transtorno mental, “teria ele colocado as mãos sobre sua cabeça e recomendado seu retorno para casa plenamente restabelecida.”.

A segurança religiosa que o capuchinho transmitia, era resultado de uma rígida formação conservadora, despertava o ardor fervoroso dos fiéis adeptos do tradicionalismo, buscando preservar a igreja anterior ao Concílio Vaticano II que introduziu mudanças divergentes ao conservadorismo católico.

As pregações a moda antiga de Frei Damião causava inquietude entre os bonjardinenses, resultado de um método pautado nos princípios teológicos do Concílio de Trento, que estima pelos valores da fé e disciplina da igreja. Em suas visitas ao município, aproximou o povo de uma vivência qualitativamente sacramental: casamentos, confissões, distribuição de comunhão, batizados, pregações, missas e conversões, proporcionavam um intenso movimento espiritual entre os habitantes sensibilizados pela intensidade do espírito religioso das santas missões. O fascínio pelas suas ações pastorais está presente nos diversos depoimentos populares, até mesmo quando a graça não se alcançava.

“Levei minha filha enferma até Frei Damião quando se encontrava pregando em Bom Jardim, para que ele pudesse abençoá-la com vosso divino poder, derramando graças. Mas não foi possível que ela restabelecesse sua saúde, chegando a falecer. Encontro-me conformada, Deus levou minha filha e a mesma foi abençoada pelo divino Frei Damião.” (JANE DA COSTA ARRUDA)

A idolatria dos fiéis sempre foi algo insistentemente polêmico, porém o frade elucidava que todos os aparentes benefícios era resultado da fé pessoal, do crer em Deus. E complementa dizendo que “os milagres só chegam para aqueles que tem fé. Não há milagres para quem não acredita no Senhor.”. O frade era suficientemente realista nesse critério, exortava qualquer tipo de fanatismo atrelado a sua pessoalidade evangelizadora. (continua...)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Artigo parte 2

Prelúdios Missionários em Bom Jardim

O prelúdio missionário exercido pelos capuchinhos em Bom Jardim impulsionou a idéia de progresso que a mentalidade dos habitantes ostentava, afinal, chegava ao município algo que resultaria em inúmeras benfeitorias, oriundos da cúpula eclesiástica que chefiava o catolicismo bonjardinense. Na ocasião, o Padre Fabrício do Amaral na incumbência da paróquia recebe o auxílio da obra missionária dos capuchinhos, liderada pelo Frei Cassiano de Comacchio. É sumamente inquestionável a proporção das missões lideradas pelo estimado frade, o número de pessoas que se faziam presentes, atraídas pelo ministério religioso e pelos seus benefícios.

Apesar das inúmeras novidades que revigoravam a religiosidade dos moradores, proveniente das santas missões, o catolicismo já se encontrava impregnado na origem e na composição social do recém município. No relato do cronista europeu Henry Koster, podemos dimensionar bem essa questão. Ele descreve com suma precisão a grandiosidade do templo católico e a devoção da população nos cultos e festividades.

“As casas são baixas, mas a igreja é grande e bonita [...] vimos que se ia dizer uma missa, e acompanhamos os amigos à igreja. Estava repleta. Uma observação que frequentemente tive ocasião de fazer é que, quando os camponeses se reúnem à porta da igreja nos domingos e dias santos, seu número deve espantar as pessoas que viajarem a região.” (KOSTER, 1816)

É pertinente analisar esse contexto, como um lugar visualmente precário, ostentar uma construção grandiosa para a época e para o local, basicamente capaz de reger e movimentar o cotidiano dos habitantes.

Com a chegada do movimento missionário dos capuchinhos (1874), resultaria no que podemos chamar de solidificação permanente do catolicismo bonjardinense. A comitiva de religiosos junto ao Frei Cassiano foi enviada no intuito de auxiliar nas atividades paroquiais, no ensejo houve a proposta de reforma e ampliação do templo. Foram três anos de obras ininterruptas em prol da edificação e do melhoramento do espaço físico da nova igreja, rematada parcialmente em 1876, beneficiando toda a população.

Os senhores de engenho e as famílias de posse econômica, custearam grande parte da obra, representados nos altares laterais, tradicionalmente mantidos pelos seus sucessores. No dia do respectivo santo, a família responsável pelo altar era convocada para uma missa particular, tradição que durou longos anos e que hoje não se perpetua.

As santas missões vieram acompanhadas da influência arquitetônica européia, linhas e contornos que variam do estilo barroco ao toscano. São inúmeros elementos que exibem com precisão o mesclado dos estilos artísticos aplicado na reconstrução, herança direta dos missionários. O detalhamento das colunas e cornijas, nave única e capela-mor sobre aprofundamento, são evidências do neoclassicismo, movimento que influenciou a arte e a cultura ocidental até meados do século XIX, rebuscando a antiguidade clássica numa perspectiva de renovação expressiva, atingindo seu ápice por volta de 1830.

A obra missionária dos capuchinhos não se resumiu apenas em reconstruções, zelava estimadamente pela conduta social. Podemos simplificar essa questão partindo do seguinte trecho extraído do Jornal Diário de Pernambuco.

“Fr. Caetano de Messina, depois de ter missionado com maior proveito em Pau d’Alho, Tracunhaém, Alagado do Carmo, Limoeiro, Bom Jardim, Nazaré e Palma. Entre os inúmeros bens, que com auxílio da palavra divina promoveu o zeloso ministro do senhor, devemos comemorar a realização de trezentos casamentos de concubinatos, e muitas reconciliações de inimigos mais ou menos figadais.” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 2002)

O religioso, Frei Caetano de Messina realizava missões junto ao Frei Cassiano de Comacchio, ambos exerciam imenso prestígio por onde passavam.

Muito requisitado em inúmeras províncias do nordeste brasileiro, Frei Cassiano provavelmente esteve no município no início e após conclusão das obras de melhoramento da igreja matriz, onde confiou o cumprimento da planta (das particularidades arquitetônicas na projeção do edifício) ao Frei Caetano (citado no trecho extraído do Jornal Diário de Pernambuco). A população embalada ao ritmo dos capuchinhos acompanhava apreensiva, aguardando a conclusão daquilo que seria o símbolo da religiosidade local.

Era algo totalmente inovador, que posteriormente seria destino de peregrinações de fiéis de toda região, envaidecidos e embasbacados pela grandiosidade e requinte da obra. Tornando o catolicismo cada vez mais sólido nas entranhas culturais do povo, que manifestava com fervor sua credulidade.

O fato irrefutável é que o município de Bom Jardim se tornaria rota de novas missões posteriormente, aquele teria sido apenas o primeiro contato estabelecido pelos franciscanos, que gerou inúmeros proveitos beneficiando diretamente a população. (continua...)

sábado, 10 de dezembro de 2011

Festa de Nossa Senhora da Conceição

Oláres! Tive a oportunidade de prestigiar as festividades da padroeira do município de Orobó (Pernambuco), Nossa Senhora da Conceição.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Artigo parte 1

Oláres! Irei compartilhar com vocês trechos do meu artigo intitulado: “Santas Missões: A Obra Missionária dos Capuchinhos em Bom Jardim – Pernambuco.”.
Serão quatro (no total) postagens especiais referentes ao tema, com intuito de proporcionar aos leitores uma visão ampla da trajetória missionária dos capuchinhos em Bom Jardim. Um abrangente estudo das variadas consequências geradas pela interferência religiosa dos frades no município.


"A obra missionária exercida pelos Frades Menores Capuchinhos despertou entre os bonjardinenses um sentimento de conversão contínua baseada na fraternidade, na penitência e na oração. Um dos objetivos fundamentais era dar impulso ao surgimento de novas vocações capazes de perpetuar os ideais missionários que ali se disseminava, integrando a população aos princípios franciscanos da promoção divina e da reflexão pessoal. Empenhados em contribuir para o bem local, os missionários diligentemente promoveram melhorias físicas na igreja matriz, uma representação expressiva da eficaz colaboração franciscana ao município, um marco que solidificou o catolicismo local.

Muito se atribui aos religiosos que em Bom Jardim desempenharam uma verdadeira jornada de fé e providência. Um trabalho pastoral insistentemente incansável que gerou inúmeros ganhos espirituais e materiais, permeado pelo ardor religioso dos fiéis que depositavam suas expectativas em busca de soluções. O fato das pregações serem semelhantes aos preceitos do próprio Cristo, fez dos capuchinhos verdadeiros santos populares, presentes até hoje no imaginário devocional dos cidadãos bonjardinenses." (continua...)

+ Postagens

Visualizações